sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Os Delírios de Consumo de Becky Bloom - Sophie Kinsella

Postado por Camilla às 15:17 0 comentários


Autor: Sophie Kinsella
Editora: Record
Classificação: 5/5

"Os Delírios de Consumo de Becky Bloom é o primeiro romance da inglesa Sophie Kinsella. É a história de uma jornalista financeira que durante o dia, ensina às pessoas como administrar seu dinheiro e no fim-de-semana, transforma-se em uma consumidora compulsiva, fugindo do gerente do seu banco e com muitas dívidas. Rebecca Bloom não resiste uma liquidação! Quanto mais inútil, melhor! Para ela, o mundo todo enxerga os detalhes da alça de seu sutiã, combinando com as cores de seus sapatos. Mas seu salário nunca é suficiente para pagar suas extravagâncias. Endividada até a alma, Rebecca, ou Becky, vive fugindo do seu gerente de banco e procurando fórmulas mirabolantes para pagar a fatura do cartão de crédito. Esse livro é um pouco da história de todas as pessoas para as quais comprar é quase uma terapia, a resposta para todos os problemas, mesmo criando outros piores ainda. Entre eles, inventar a próxima desculpa para o gerente do banco: - "Meu pé quebrou! Você não recebeu meu cheque? Meu cachorro morreu!", são alguns dos argumentos usados por Becky para enrolar seu gerente Derek Smeath. Mas a personagem de Sophie Kinsella não é apenas uma ´´material girl´´ que só pensa em dinheiro e futilidades. Rebecca é sensível, carinhosa e extremamente otimista. Com essas qualidades, ela vai fazer de tudo para resolver seu problema. Primeiro, tenta reduzir seus gastos a zero, o que logicamente, não funciona. Diante disso, ela resolve que precisa ganhar mais dinheiro, mesmo sabendo que seu emprego está ameaçado. Nesta, todos os seus problemas se resolveriam de imediato ao ganhar na loteria, ou se um completo estranho pagasse sua conta do Visa - por engano, claro. Como se não bastasse, em meio a tanta confusão, Becky ainda arruma tempo para se apaixonar pelo sedutor - e expert em finanças - Luke Brandon. Os Delírios de Consumo de Becky Bloom é um divertido romance, que retrata com perfeição grande parte das mulheres que conhecemos."

E depois de ler esse livro tão simpático tudo o que eu posso dizer é: Já acabou? :(

Não poderia dizer que existe um outro livro tão eu. Nesse primeiro livro da coleção Os delírios de consumo de Becky Bloom, simplesmente me apaixonei pela simpática e engraçada Rebecca Bloomwood. A garota é jornalista financeira que escreve para uma revista dando dicas de como as pessoas devem economizar seu dinheiro, aplicá-lo etc. Porém, fora do trabalho é que Becky nos mostra seu verdadeiro eu: uma típica garota londrina viciada em compras. E diante dessa contradição absurda damos muitas gargalhadas com suas aventuras em lojas, shoppings e até mesmo feirinha de artesanatos. Não importa o que seja, Becky fica feliz apenas de comprar. Feliz não, radiante.

Até então não haveria problemas e seria um livro sem conflitos, sem clímax e totalmente clichê de uma patricinha de Beverly Hills - lê-se Londres. Porém, a história fica interessante quando vemos que Rebecca é muito mais normal do que pensamos. Endividada até o pescoço, ela faz de tudo para fugir do seu gerente do banco - inventa mil e uma desculpas de como está triste com a perda de seu cachorro, de como está doente e até diz para os seus pais que era perseguida por um maníaco que dizia ser seu gerente de banco. As partes mais hilariantes do livro são as cartas do simpático e amedrontador gerente e a luta da menina para arranjar dinheiro. Como se não bastasse comédia, ainda temos amor. Nessa correria maluca em que vive a personagem, a menina ainda tem tempo para se apaixonar pelo sedutor e rico Luke Brandon.

Os apelos absurdos e a esperança infinita de Becky nos leva a uma realidade tão envolvente e tão feminina que torna esse livro um daqueles de cabeceira, que você gosta de ler sempre e sempre. Uma leitura leve e divertida que acaba em no máximo dois dias - sou suspeita a falar porque leio muito rápido mas vocês meros mortais (not haha) devem levar no máximo uma semana.

PS: Tem o filme do livro que também é muito engraçado. Veja as melhores partes aqui embaixo:


Diário de Intercambista - Internacionalizando

Postado por Camilla às 14:54 0 comentários
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Não, ainda não morri. Acordo assutada com o Frango encostado em meu ombro. Levanto e rapidamente pego minha bolsa e meu casaco. "Finalmente a tortura acabou, enfim cheguei a universidade.", penso com um sorriso no rosto. Definitivamente foi a pior viagem de avião que eu já fiz. Passei mal a noite, tive febre, não dormi nadinha e ainda tive um longo e entediante monólogo do Frango sobre seu futuro como piloto. Quase me taquei do avião pra falar a verdade. Desci da aeronave depois de quase cair duas vezes em cima de gringos super lindo porque o Frango era mais desengonçado do que eu. Achei que não era possivel. Ele não tem nenhuma qualidade afinal? Esperamos o resto do grupo que ia se formando a medida que o avião esvaziava.  Pelo menos agora eu poderei dormir tranquilamente em uma cama confortável.
- Puxa, (não, eu não falei "puxa". Mas em uma redação acho que fica muito mais maduro escrever "puxa" do que "putaquepariu". Pois bem, continuando) o aeroporto é muito lindo né? Europa é mesmo outro mundo - disse pro guia.
- Realmente, a França tem uma arquitetura incrível. - por que ele estava falando da França? Vamos para França apenas no fim da viagem - Veja, esse aeroporto maravilhoso, só podia ser de Paris.
Sim, ainda não chegamos na universidade. Ainda nem chegamos na Inglaterra! Tudo o que eu posso fazer é sorrir e fingir que meu humor está ótimo. Posso fazer isso, sou uma lady, uma garota refinada e muito bem educada...
- Ca, olha aquele avião lá...
- CALA A BOCA, NÃO AGUENTO MAIS VOCÊ FALANDO! PUTA MERDA, QUANDO CHEGAMOS NESSA BOSTA DE UNIVERSIDADE? QUE PORRA!
Como eu estava dizendo, sei totalmente controlar meus sentimentos.

Entramos no avião logo depois. Um avião MINUSCULO. Acho que eu preciso de dois bancos desse tamanho para me sentir confortável. Infelizmente, a empresa não pensou nisso, achou que eu ia estar anoréxica quando chegasse aqui. Estou morrendo de sono, meu humor está pessimo e se eu sentar do lado de alguém um pouco, mesmo que seja muito pouco irritante juro que... Opa, achei meu assento. Olho e vejo dois perfeitos com olhos claros. Os dois bombados e sorrindo pra mim.

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Deixa eu repetir minha frase anterior, o avião era MINUSCULO. Amo essa empresa, sua linda! Sento sorrindo, pelo menos uma boa recompensa depois de horas e horas sofrendo. Tento puxar conversa com os gringos top's e descubro que eles são da Australia, surfam profissionalmente e estão na Europa a passeio, a procura de novas aventuras. INVEJE-ME, CARA LEITORA. Comecei a conversar com eles, recebi elogios (sim, o do meu lado disse que eu era muito bonita e que ia me beijar. Ok, ele só disse que eu era bonita e que sabia que as brasileiras eram lindas. A gente arrasa amigas.). Recebemos um formulário para preencher e a conversa acabou por um instante.

Acordo no ombro de um homem. Pulo rapidamente, Frango novamente? Olho pro lado e vejo o paraíso. Opa lembrei. Rio e peço desculpas por usar o ombro dele como travesseiro, ele diz que tudo bem. As pessoas começam a levantar. Já chegamos? Como assim? Não fiquei nem um pouquinho conversando com eles. Perdi a oportunidade da minha vida de ir pra Australia e ser surfista. Ok, sem exageros, mas é realmente muito azar.
- We arrived - ele sorriu. (se você por acaso não sabe inglês, dê um pulinho no google tradutor. Não vou traduzir porque em ingles a historia fica mais ryca né? #poderinternacional).
- Really? Oh god, I slept a lot.
- You were tired. We slept a lot too. Don't worry - ele riu e me fez ter uma parada cardíaca de 1 segundo.
Dei tchau e me senti muito bem. Aquilo era só o começo afinal, ainda está muito por vir e muitos gringos gatos pra me fazer bem. Aquilo é Europa, e eu simplesmente amo esse lugar.

Peguei minha mala pronta pra ir embora. Chega de aviões por um tempo.
- Vamos? - perguntei ao guia.
- Ainda não, temos malas de varias pessoas que faltaram. Vamos ficar aqui por mais um tempinho.
Quem iria imaginar que só depois de duas horas iriamos embora... E sem as malas ainda.

CONTINUA...

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Diário de Intercambista - O sonho

Postado por Camilla às 18:36 0 comentários
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Não sei o que me levou até aqui. Mas de qualquer forma, estou aqui, agora. Não dá pra voltar. Não dá pra parar. Eu preciso continuar andando, andando. Forço minhas pernas. "Pé direito, pé esquerdo, pé direito, pé esquerdo", repito mentalmente. Eu não quero partir. Ou na verdade quero? Ah, desculpe minha falta de educação, não lhe apresentei a história desde o começo. Mas pensando bem, a história é muito longa e não estou muito a fim de explicar isto a você. Pois bem, continuemos. Dou de cara com um grupo. Todos usando a mesma camiseta ridícula da empresa que nem eu que segundo eles, inspira o espírito de equipe. Ok. "Me achei". Sorrio e tento reconhecer alguns, sou a mais simpática possível e de repente, estou realmente confiante. É o meu sonho afinal, não posso estar fazendo besteira. E no meio de sorrisos, risadas, e abraços eu vacilo. Uma rápida olhada, não vai fazer mal não é? E de um instante para o outro, estou chorando novamente. Minha mãe, com os olhos molhados e meu pai ali, todo tristinho... Como não sentir falta disso? Não quero pensar nisso, não quero. Mas é impossível. Vou ficar um mês inteiro sem vê-los, sem abraçá-los. "Fiz uma grande merda", pensei.


Minha cabeça não está ajudando muito. Sinto latejar. Não consigo respirar direito, estou doente há dois dias. Calma, apenas mais 12 horas de viagem até a Inglaterra. Nada demais. Coloco um sorriso no rosto e sigo em frente, procurando meu assento. Já mencionei que odeio avião? Me sinto mal com todo aquele ar condicionado e falta de privacidade. Não tem espaço para esticar as pernas, não posso deitar! Nota a mim mesma: escolher primeira classe na próxima viagem a Europa. Apenas brincando. Olho ao lado e encontro o menino do mesmo grupo que eu. Já havia conversado com ele antes pela internet e fiquei muito amiga dele. Talvez passe rápido, com uma pessoa legal ao lado.
- Sabia que este avião é um modelo 3457? Estamos num modelo mais seguro da categoria, não precisa ter medo.
- Ah, não tenho medo. - sorrio. Realmente, não tenho medo de avião. Apenas se ele cair, é claro.
- Isso é bom... Mas pensando bem, já ocorreram vários acidentes com esse tipo de avião. Claro que não pela TAM...
- Certo. - digo totalmente desinteressada.
- Bem, na verdade houve alguns mais nada do que se preocupar, apenas se o piloto desviar um pouco da pista. Se isso acontecer, o avião não decola e vamos direto para a avenida bem ali.
- Hum, mas isso não vai acontecer. - tento parecer gentil, mas isso não é um papo muito bom nesse momento.
- Não, não... Claro que é possível, mas apenas se ele não seguir os procedimentos corretos. Você sabe, regular o Estabilizador Horizontal, essas coisas simples... Olha - ele aponta para fora da aeronave - aquele ali é um modelo Boeing 727-100 da TAP. Super moderno, boa estabilidade, com média capacidade de passageiros....- Não, você se engana. Ele não parou de falar ai. Eu é que parei de escutar. Além de ser um assunto mais massante que já escutei, ainda tenho que aturar essas caras e bocas do menino que fica dando em cima de mim. Não quero dizer o nome real, então vou apenas chamá-lo de Frango. Não a toa. O moleque era mais magro do que meu primo de 10 anos. Ok. Decolamos finalmente. Minha rinite não dá trégua e o que eu mais quero nesse momento é dormir 12 horas seguidas. Mas parece que algum metido a piloto não cala a boca.
- Por favor, para de falar um pouco, eu quero dormir.
- Ah, desculpa, desculpa. Pode dormir, se quiser encosta aqui - e aponta para o seu ombro - Vem, pode vir.
- Não, tô bem, valeu.
- Não não, pode encostar não me incomodo, fica ruim pra você dormir aí na sua cadeira.
- Não fica não.
- Tem uma almofada aqui, deita aqui, pode deitar.
- Porra, já falei que eu não quero.
Dou uma risadinha para não soar tão rude. Mas eu queria soar o mais grosseiro possível. Queria que o grande modelo de avião com capacidade para 3 mil pessoas chegasse agora na universidade. E queria que o meu grande amigo Frango fosse esquecido no aeroporto. Fecho os olhos para a maldita boca do menino não fecha. Ele continua falando sobre aviões e tentando de todo modo encostar em mim. Eca. Olho no relógio, faltam apenas 11 horas. A questão é: vou sobreviver até lá?

CONTINUA...
 

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