Autor: Stephen Chbosky
Editora: Rocco
Classificação: 5/5
"Mais íntimas do que um diário, as cartas de Charlie são estranhas e únicas, hilárias e devastadoras. Não se sabe onde ele mora. Não se sabe para quem ele escreve. Tudo o que se conhece é o mundo que ele compartilha com o leitor. Estar encurralado entre o desejo de viver sua vida e fugir dela o coloca num novo caminho através de um território inexplorado. Um mundo de primeiros encontros amorosos, dramas familiares e novos amigos. Um mundo de sexo, drogas e rock'n'roll, quando o que todo mundo quer é aquela música certa que provoca o impulso perfeito para sentir o infiinito."
O tipo de livro que te consome, te hipnotiza e te deixa preso até o final. Será que devo mencionar que o li em um dia? Como o livro sendo narrado em forma de cartas, tudo fica mais profundo. Sensível e ao mesmo tempo forte. Chega a ser impressionante a ingenuidade que o livro trata assuntos pesados e polêmicos, como agressão à mulheres, drogas e homossexualismo.
Pra mim, o segredo de tanta suavidade é o narrador e personagem principal, Charlie. Um adolescente de 15 anos, que não achou seu lugar no mundo. Por ser extremamente tímido, consegue captar para si tudo em sua volta e ao longo do livro podemos perceber que ele é um pensador. Na maioria das vezes, ele não faz de propósito, apenas não consegue transformar em realidade. Pra ele, imaginar é bem mais fácil do que participar.
Aliás, participar foi sempre o objetivo do amável Charlie. Quando ele chega ao ensino médio, sem amigos e sem perspectiva de um dia tê-los, conhece os melhores adolescentes que se pode conhecer, Patrick e Sam. E então damos início as primeiras experiências de Charlie. Sendo tão sensível, Charlie absorve muitas coisas, especialmente as ruins (sexo, drogas e rock'n'roll). Mas, como eu disse numa suavidade incrível. Inocência e agressividade andam lado a lado na personalidade de Charlie.
É perceptível que ele tem uma mente confusa e se deixa levar porque não gosta de chatear os outros. Mas também passa por experiencias maravilhosas. Se apaixona pela primeira vez, faz amizades verdadeiras pela primeira vez e o mais importante, se sente infinito pela primeira vez.
O menino tem um coração tão bom que você começa a se questionar se realmente existam pessoas assim. O leitor então entra na vida dele e simplesmente se apaixona. Um enredo fascinante e inspirador que enche nossas mentes de emoção. Depois de lê-lo, você com certeza vai se sentir como Charlie. Não solitário, nem invisível, mas infinito.
"Não há nada como a respiração profunda depois de dar uma gargalhada. Nada no mundo se compara à barriga dolorida pelas razões certas. E essa era ótima."
"Não porque ela fosse má pessoa, ou frívola, ou cruel. Mas porque as coisas mudam. E os amigos partem. E a vida não para para ninguém."