
Autor: John Harding
Editora: Leya
Classificação: 2/5
"O que eu mais gostava em Shakespeare era a facilidade com que lidava com as palavras. Parecia que, se não houvesse palavra para o que queria dizer, ele simplesmente a inventava. Ele poetava o idioma."
O livro é narrado em primeira pessoa por Florence, uma menina de 12 anos que tem uma paixão proibida por livros. Um tema muito bom, que tinha muitas chances de encantar bookaholics numa leitura rápida; porém depois de um tempo lendo você se vê agradecido por só ter 220 páginas.
Confesso que o começo parece ser promissor. Uma narrativa bem trabalhada relacionando grandes autores (como Sheakespeare, o autor predileto da menina) nos faz sustentar a leitura com a expectativa de ter um grande clímax e um desfecho melhor ainda. Acaba ficando só na esperança mesmo. Um enredo totalmente confuso e improvável, incapaz de distinguir o que era sonho e o que era realidade. Fico pensando se o livro inteiro foi só coisa de cabeça de uma menina meio maluca. Ou imaginação fértil sustentada pelo excesso de leitura. São as únicas explicações plausíveis já que uma criança de 12 anos não teria a capacidade de fazer nem metade do que Florence fez.
Como se não bastasse deixar os leitores confusos durante o livro, o autor ainda termina sem dar nenhuma explicação. Parece que Harding ficou com preguiça de fazer um desfecho e escreveu qualquer coisa, simplesmente sem nexo nenhum, como toda a estória. Uma grande decepção que gostaria de não ter tido.
"Comecei com Romeu e Julieta, passei para as histórias e logo consumi rapidamente o resto. Chorei pelo rei Lear, fiquei com medo de Otelo e aterrorizada com Macbeth; Hamlet, simplesmente adorei. O sonetos emocionaram-me. Acima de tudo, apaixonei-me pelo pentâmetro iâmbico, estranha paixão para uma garota de 11 anos."
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