quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A menina que não sabia ler - John Harding

Postado por Camilla às 13:49 0 comentários

Autor: John Harding
Editora: Leya
Classificação: 2/5

"Em uma distante e escura mansão, onde nada é o que parece, a pequena Florence é negligenciada pelo seu tutor e tio. Guardada como um brinquedo, a menina passa seus dias perambulando pelos corredores e inventando histórias que conta a si mesma, em uma rotina tediosa e desinteressante. Até que um dia Florence encontra a biblioteca proibida da mansão. E passa a devorar os livros em segredo.Mas existem mistérios naquela casa que jamais deveriam ser revelados. Quem eram seus pais? Por que Florence sonha sempre com uma misteriosa mulher ameaçando Giles, seu irmão caçula? O que esconde a srta. Taylor? E por que o tio a proibiu de ler? Florence precisa reunir todas as pistas possíveis e encontrar respostas que ajudem a defender o irmão e preservar sua paixão secreta pelos livros – únicos companheiros e confidentes – antes que alguém descubra quem ousou abrir as portas do mundo literário. Ou será que tudo isso não seria somente delírios de uma jovem com muita imaginação?"

"O que eu mais gostava em Shakespeare era a facilidade com que lidava com as palavras. Parecia que, se não houvesse palavra para o que queria dizer, ele simplesmente a inventava. Ele poetava o idioma."

A capa é simplesmente cativante. Pra quem é louco pros livros, um título como esse desperta uma curiosidade imensa e por isso mesmo decidi comprar numa promoção do Submarino (salvando nosso precioso dinheiro since always). E só o que eu tenho a dizer é: ainda bem que foi barato.
O livro é narrado em primeira pessoa por Florence, uma menina de 12 anos que tem uma paixão proibida por livros. Um tema muito bom, que tinha muitas chances de encantar bookaholics numa leitura rápida; porém depois de um tempo lendo você se vê agradecido por só ter 220 páginas. 
Confesso que o começo parece ser promissor. Uma narrativa bem trabalhada relacionando grandes autores (como Sheakespeare, o autor predileto da menina) nos faz sustentar a leitura com a expectativa de ter um grande clímax e um desfecho melhor ainda. Acaba ficando só na esperança mesmo. Um enredo totalmente confuso e improvável, incapaz de distinguir o que era sonho e o que era realidade. Fico pensando se o livro inteiro foi só coisa de cabeça de uma menina meio maluca. Ou imaginação fértil sustentada pelo excesso de leitura. São as únicas explicações plausíveis já que uma criança de 12 anos não teria a capacidade de fazer nem metade do que Florence fez. 
Como se não bastasse deixar os leitores confusos durante o livro, o autor ainda termina sem dar nenhuma explicação. Parece que Harding ficou com preguiça de fazer um desfecho e escreveu qualquer coisa, simplesmente sem nexo nenhum, como toda a estória. Uma grande decepção que gostaria de não ter tido.

"Comecei com Romeu e Julieta, passei para as histórias e logo consumi rapidamente o resto. Chorei pelo rei Lear, fiquei com medo de Otelo e aterrorizada com Macbeth; Hamlet, simplesmente adorei. O sonetos emocionaram-me. Acima de tudo, apaixonei-me pelo pentâmetro iâmbico, estranha paixão para uma garota de 11 anos."

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Os homem que não amavam as mulheres - Stieg Larsson

Postado por Camilla às 22:24 0 comentários


Autor: Stieg Larsson
Editora: Companhia das Letras
Classificação: 5/5

"Os Homens que não Amavam as Mulheres" é um enigma a portas fechadas - passa-se na circunvizinhança de uma ilha. Em 1966, Harriet Vanger, jovem herdeira de um império industrial, some sem deixar vestígios. No dia de seu desaparecimento, fechara-se o acesso à ilha onde ela e diversos membros de sua extensa família se encontravam. Desde então, a cada ano, Henrik Vanger, o velho patriarca do clã, recebe uma flor emoldurada - o mesmo presente que Harriet lhe dava, até desaparecer. Ou ser morta. Pois Henrik está convencido de que ela foi assassinada. Quase quarenta anos depois o industrial contrata o jornalista Mikael Blomkvist para conduzir uma investigação particular. Mikael, que acabara de ser condenado por difamação contra o financista Wennerström, preocupa-se com a crise de credibilidade que atinge sua revista, a Millennium. Henrik lhe oferece proteção para a Millennium e provas contra Wennerström, se o jornalista consentir em investigar o assassinato de Harriet. Mas as inquirições de Mikael não são bem-vindas pela família Vanger. Muitos querem vê-lo pelas costas. Ou mesmo morto. Com o auxílio de Lisbeth Salander, que conta com uma mente infatigável para a busca de dados - de preferência, os mais sórdidos -, ele logo percebe que a trilha de segredos e perversidades do clã industrial recua até muito antes do desaparecimento ou morte de Harriet. E segue até muito depois... até um momento presente, desconfortavelmente presente."

Stieg Larsson não era escritor profissional. Mas mesmo assim nas horas vagas entre o seu trabalho de jornalista, escrevia alguns rascunhos que mais tarde se tornariam uma das trilogias mais elogiadas da história. Infelizmente, Larsson não pôde ver seu sucesso, pois faleceu em 2004, vítima de infarto. Ativista político muito respeitado na Suécia, usou de seus interesses para escrever a série Millenium e não tinha intensões de publicá-la. Ele apenas escrevia pela satisfação pessoal e talvez esse tenha sido o segredo de tanto sucesso. Ou os assuntos tão atuais e polêmicos. Ou a maestria com que a obra é narrada. Ou o destino, porque o livro não foi apenas uma febre na Suécia (onde a cada 4 pessoas, 1 já havia lido pelo menos 1 livro da série) mas também no mundo inteiro. Traduzido para várias línguas, e posteriormente adaptado para o cinema, cativou as pessoas de todas as idades. Jovens, velhos, todos queriam saber o fim da trajetória rodeada de suspense.
Um best-seller que encanta público e crítica. A estória guiada por assuntos originais e a narrativa perfeitamente escrita, fazem o primeiro livro da série ser apaixonante. Larsson era simplesmente um gênio!
Confesso que o começo é um pouco entediante. Os dois personagens principais demoram a se encontrar e você se questiona se todos os elogios são verdades. Entretanto quando o livro engata é impossível deixá-lo de lado. Muito difícil de prever o rumo que o livro toma, se torna irresistível querer saber o fim. E assim, 500 páginas nem parecem tantas.
Segue-se uma investigação intrigante para descobrir o desaparecimento de uma jovem há mais de 40 anos, e os investigadores não poderiam ser melhores. Somos apresentados a dois personagens peculiares mas perfeitamente construídos. Lisbeth, uma hacker, magérrima, cheia de tatuagens e piercings, rebelde e extremamente incrível! É estranho como uma figura tão repugnante pode ser apaixonante. E também temos Mikael, um jornalista quarentão condenado por difamação. Mulherengo e simpático, é outro personagem amado. Totalmente apostos mas que fazem uma dupla mais que perfeita. Quase como um Sherlock Holmes dos dias atuais. Com uma fascinante parceira.
Um tema forte, porém verdadeiro que nos abre os olhos para os horríveis acontecimentos que estamos cercados. Existem quantos homens que não amam as mulheres soltos por aí? Afinal todos tem segredos, cabe a nós descobrirmos quais são. Como o livro mesmo diz.  

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A faca sutil - Philip Pullman

Postado por Camilla às 19:27 0 comentários

Autor: Philip Pullman
Editora: Objetiva
Classificação: 4/5

Will Parry é um garoto de doze anos comum que vive com sua mãe (que sofre de problemas mentais) em Winchester. Quando (acidentalmente) mata um homem, ele decide fugir para Oxford e procurar o paradeiro do pai.
Desolado e sem ter para onde ir, ele segue os passos de uma gata e acaba encontrando uma "janela" no ar que dá para outro mundo. Lá ele conhece Lyra, e logo eles descobrem haver uma estranha ligação entre si, de modo que Will só poderá encontrar seu pai com a ajuda de Lyra.
De modo que eles se juntam e começam a procurar por pistas do paradeiro do pai de Will, enquanto resolvem, ao mesmo tempo, a incógnita deixada pelo primeiro livro: O que é o Pó?


Que história! Que narrativa! Que enredo! A faca sutil simplesmente me surpreendeu. Depois de ler o primeiro livro da série Frontreiras do Universo confesso que fiquei sem vontade de ler a continuação. Mas, como consegui o livro de graça, decidi tentar ler e quase desisti. O começo é cansativo, já que o autor quer descrever até o aspecto da poeira do ar. Porém ao continuar lendo percebi o quanto estava atenta e presa ao livro, não queria parar de ler antes de terminar! 
Nesse segundo livro, Lyra já não está mais sozinha. Um novo amigo, Will, cruza com seu caminho aparentemente ao acaso, mas ao desenrolar da trajetória vemos que tudo fora obra do destino e a missão de cada um é muito maior do que sequer podemos imaginar. Will é um personagem marcante, mesmo com 12 anos já entende a perplexidade da vida e é tão corajoso quanto Lyra. Eu diria que até mais esperto e maduro. Cenas de batalha de tirar o fôlego deixam o livro mais rico e as mortes que acontecem pesam, deixando o clima tenso. Não que seja uma coisa ruim, pelo contrário, nos mostra o amadurecimento dos personagens que parecem muito mais do que apenas crianças.
Muitas questões deixadas pelo primeiro livro são respondidas mas a estória toma um novo rumo, e acontecem coisas que você nem poderia imaginar que se encaixam de uma forma tão perfeita... Philip Pullman se revela um autor muito melhor nesse livro, com uma criatividade e perfeição na escrita sem limites. Mesmo tendo o gosto pela descrição exata da paisagem (rs) consegue nos prender a atenção e isso é o principal em um livro. 
Ainda teve uma coisa que me deixou intrigada. O tema que envolve o livro é muito polêmico, e Philip chega a ser ousado com o que escreve. Deus, anjos, Igreja e tudo o mais devem ser escritos com um certo cuidado. Fico pensando se os leitores entenderam muitas das partes que fazem críticas à Deus e a Igreja... 
Um livro que emociona, envolve e conquista e que tem um enredo sensacional. Ricamente trabalhada nos detalhes, essa trilogia tem tudo para fazer das suas tardes entediantes uma viagem fantástica. 

"Encontrei loucura em toda parte, mas havia grãos de sabedoria em todos os casos de loucura. Sem dúvida havia muito mais sabedoria do que eu consegui reconhecer." 

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Retrospectiva 2012

Postado por Camilla às 16:40 0 comentários
2012 foi um ano marcante em vários aspectos. Aprendi que existem pessoas que podem ter tudo, e ao mesmo tempo não ter nada. Aprendi que as vezes é necessário deixar algumas coisas irem para voltarem no momento certo. Aprendi que colegas existem em todos os lugares mas amigos de verdade são difíceis de encontrar. Que de vez em quando precisamos de tristezas para dar valor às alegrias. Que a realidade só existe se sonhos forem sonhados. E que sonhos, estão mais perto do que imaginamos. Aprendi que vitórias são resultados de esforço, e não de sorte. Que nada é fixo, tudo pode ser perdido. E conquistado novamente. Aprendi que não podemos levar tudo conosco, mas podemos deixar um pedacinho de nós por onde passamos. Aprendi que a essência da vida se faz nas experiências e não nas propriedades. E que 2012  foi apenas um ano maravilhoso no meio de muitos outros.

Agora vamos para a retrospectiva do blog (:

Livro do ano:



Foi muito complicado eleger o livro do ano. Por mais que não tenha postado tantas resenhas quanto esperava, li vários livros muito bons e não sabia qual deveria escolher. Mas A menina que roubava livros acabou ganhando com seu enredo original e um jeito totalmente surpreendente de contar a estória. Quer relembrar a resenha? Clique aqui!

Série do ano:




Essa escolha vai dar o que falar! Mas para os muitos que não gostam de Gossip Girl, tentem entender. 2012 foi o ano final da série e a despedida não poderia ter sido melhor, com uma 6ª temporada muito boa e recheada de acontecimentos inesperados. Portanto, pra mim GG foi o seriado do ano.

Filme do ano:



Por mais que esse filme não seja de 2012, foi de longe o melhor filme que eu já assisti esse ano. Mistério, suspense e um final surpreendente foram as palavras chaves desse enredo maravilhoso com uma atuação incrível do gatíssimo Leonardo DiCaprio. Vale muito a pena assistir!

Rede social do ano:



Sem sombra de dúvidas, o Instagram conquistou todos com seus efeitos vintages e o sentimento hipster que o envolve. Quanta beleza nas fotos de docinhos perfeitos, roupas estilosas e meninos gringos lindos...

Trilogia do ano:



Jogos Vorazes vence em disparada, mesmo tendo me conquistado já em 2011, foi em 2012 que me apaixonei completamente por essa história fantástica. E vale comentar também que foi em 2012 que o tão esperado primeiro filme estreiou, fazendo jus a esses livros.

Decepção do ano:



Andei lendo em outros blogs e parece que a decepção é só comigo mesmo. Mas simplesmente não consigo gostar desse livro! Não sei se era porque minha expectativa estava muito alta ou sei lá, mas achei muito chato de ler e sem estória nenhuma.

Surpresa do ano:



Diferente de tudo o que eu já li, Laranja Mecânica foi o livro que mais me surpreendeu. Mesmo com suas descrições de atos horríveis e um palavreado muito difícil de entender, eu gostei muito. Com certeza uma surpresa.

Autor do ano:



 Scott Westerfeld me cativou bastante. Com sua criatividade além do limite, a série Feios, me fez refletir sobre questões que nunca havia pensado antes de um jeio totalmente novo. Pra mim, Scott Westerfeld foi o autor do ano.

Bom gente, essa foi a retrospectiva do ano. Confesso que não me dediquei tanto ao blog quanto eu esperava mas 2013 está ai pra ser cada dia melhor. Esperem muitas novidades porque O cupcake queimou vem com tudo!

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