domingo, 3 de fevereiro de 2013

As vantagens de ser invisível - Stephen Chbosky

Postado por Camilla às 13:25 0 comentários


Autor: Stephen Chbosky
Editora: Rocco
Classificação: 5/5

"Mais íntimas do que um diário, as cartas de Charlie são estranhas e únicas, hilárias e devastadoras. Não se sabe onde ele mora. Não se sabe para quem ele escreve. Tudo o que se conhece é o mundo que ele compartilha com o leitor. Estar encurralado entre o desejo de viver sua vida e fugir dela o coloca num novo caminho através de um território inexplorado. Um mundo de primeiros encontros amorosos, dramas familiares e novos amigos. Um mundo de sexo, drogas e rock'n'roll, quando o que todo mundo quer é aquela música certa que provoca o impulso perfeito para sentir o infiinito."

O tipo de livro que te consome, te hipnotiza e te deixa preso até o final. Será que devo mencionar que o li em um dia? Como o livro sendo narrado em forma de cartas, tudo fica mais profundo. Sensível e ao mesmo tempo forte. Chega a ser impressionante a ingenuidade que o livro trata assuntos pesados e polêmicos, como agressão à mulheres, drogas e homossexualismo.
Pra mim, o segredo de tanta suavidade é o narrador e personagem principal, Charlie. Um adolescente de 15 anos, que não achou seu lugar no mundo. Por ser extremamente tímido, consegue captar para si tudo em sua volta e ao longo do livro podemos perceber que ele é um pensador. Na maioria das vezes, ele não faz de propósito, apenas não consegue transformar em realidade. Pra ele, imaginar é bem mais fácil do que participar.
Aliás, participar foi sempre o objetivo do amável Charlie. Quando ele chega ao ensino médio, sem amigos e sem perspectiva de um dia tê-los, conhece os melhores adolescentes que se pode conhecer, Patrick e Sam. E então damos início as primeiras experiências de Charlie. Sendo tão sensível, Charlie absorve muitas coisas, especialmente as ruins (sexo, drogas e rock'n'roll). Mas, como eu disse numa suavidade incrível. Inocência e agressividade andam lado a lado na personalidade de Charlie.
É perceptível que ele tem uma mente confusa e se deixa levar porque não gosta de chatear os outros. Mas também passa por experiencias maravilhosas. Se apaixona pela primeira vez, faz amizades verdadeiras pela primeira vez e o mais importante, se sente infinito pela primeira vez.
O menino tem um coração tão bom que você começa a se questionar se realmente existam pessoas assim. O leitor então entra na vida dele e simplesmente se apaixona. Um enredo fascinante e inspirador que enche nossas mentes de emoção. Depois de lê-lo, você com certeza vai se sentir como Charlie. Não solitário, nem invisível, mas infinito.

"Não há nada como a respiração profunda depois de dar uma gargalhada. Nada no mundo se compara à barriga dolorida pelas razões certas. E essa era ótima."

"Não porque ela fosse má pessoa, ou frívola, ou cruel. Mas porque as coisas mudam. E os amigos partem. E a vida não para para ninguém."

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A menina que não sabia ler - John Harding

Postado por Camilla às 13:49 0 comentários

Autor: John Harding
Editora: Leya
Classificação: 2/5

"Em uma distante e escura mansão, onde nada é o que parece, a pequena Florence é negligenciada pelo seu tutor e tio. Guardada como um brinquedo, a menina passa seus dias perambulando pelos corredores e inventando histórias que conta a si mesma, em uma rotina tediosa e desinteressante. Até que um dia Florence encontra a biblioteca proibida da mansão. E passa a devorar os livros em segredo.Mas existem mistérios naquela casa que jamais deveriam ser revelados. Quem eram seus pais? Por que Florence sonha sempre com uma misteriosa mulher ameaçando Giles, seu irmão caçula? O que esconde a srta. Taylor? E por que o tio a proibiu de ler? Florence precisa reunir todas as pistas possíveis e encontrar respostas que ajudem a defender o irmão e preservar sua paixão secreta pelos livros – únicos companheiros e confidentes – antes que alguém descubra quem ousou abrir as portas do mundo literário. Ou será que tudo isso não seria somente delírios de uma jovem com muita imaginação?"

"O que eu mais gostava em Shakespeare era a facilidade com que lidava com as palavras. Parecia que, se não houvesse palavra para o que queria dizer, ele simplesmente a inventava. Ele poetava o idioma."

A capa é simplesmente cativante. Pra quem é louco pros livros, um título como esse desperta uma curiosidade imensa e por isso mesmo decidi comprar numa promoção do Submarino (salvando nosso precioso dinheiro since always). E só o que eu tenho a dizer é: ainda bem que foi barato.
O livro é narrado em primeira pessoa por Florence, uma menina de 12 anos que tem uma paixão proibida por livros. Um tema muito bom, que tinha muitas chances de encantar bookaholics numa leitura rápida; porém depois de um tempo lendo você se vê agradecido por só ter 220 páginas. 
Confesso que o começo parece ser promissor. Uma narrativa bem trabalhada relacionando grandes autores (como Sheakespeare, o autor predileto da menina) nos faz sustentar a leitura com a expectativa de ter um grande clímax e um desfecho melhor ainda. Acaba ficando só na esperança mesmo. Um enredo totalmente confuso e improvável, incapaz de distinguir o que era sonho e o que era realidade. Fico pensando se o livro inteiro foi só coisa de cabeça de uma menina meio maluca. Ou imaginação fértil sustentada pelo excesso de leitura. São as únicas explicações plausíveis já que uma criança de 12 anos não teria a capacidade de fazer nem metade do que Florence fez. 
Como se não bastasse deixar os leitores confusos durante o livro, o autor ainda termina sem dar nenhuma explicação. Parece que Harding ficou com preguiça de fazer um desfecho e escreveu qualquer coisa, simplesmente sem nexo nenhum, como toda a estória. Uma grande decepção que gostaria de não ter tido.

"Comecei com Romeu e Julieta, passei para as histórias e logo consumi rapidamente o resto. Chorei pelo rei Lear, fiquei com medo de Otelo e aterrorizada com Macbeth; Hamlet, simplesmente adorei. O sonetos emocionaram-me. Acima de tudo, apaixonei-me pelo pentâmetro iâmbico, estranha paixão para uma garota de 11 anos."

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Os homem que não amavam as mulheres - Stieg Larsson

Postado por Camilla às 22:24 0 comentários


Autor: Stieg Larsson
Editora: Companhia das Letras
Classificação: 5/5

"Os Homens que não Amavam as Mulheres" é um enigma a portas fechadas - passa-se na circunvizinhança de uma ilha. Em 1966, Harriet Vanger, jovem herdeira de um império industrial, some sem deixar vestígios. No dia de seu desaparecimento, fechara-se o acesso à ilha onde ela e diversos membros de sua extensa família se encontravam. Desde então, a cada ano, Henrik Vanger, o velho patriarca do clã, recebe uma flor emoldurada - o mesmo presente que Harriet lhe dava, até desaparecer. Ou ser morta. Pois Henrik está convencido de que ela foi assassinada. Quase quarenta anos depois o industrial contrata o jornalista Mikael Blomkvist para conduzir uma investigação particular. Mikael, que acabara de ser condenado por difamação contra o financista Wennerström, preocupa-se com a crise de credibilidade que atinge sua revista, a Millennium. Henrik lhe oferece proteção para a Millennium e provas contra Wennerström, se o jornalista consentir em investigar o assassinato de Harriet. Mas as inquirições de Mikael não são bem-vindas pela família Vanger. Muitos querem vê-lo pelas costas. Ou mesmo morto. Com o auxílio de Lisbeth Salander, que conta com uma mente infatigável para a busca de dados - de preferência, os mais sórdidos -, ele logo percebe que a trilha de segredos e perversidades do clã industrial recua até muito antes do desaparecimento ou morte de Harriet. E segue até muito depois... até um momento presente, desconfortavelmente presente."

Stieg Larsson não era escritor profissional. Mas mesmo assim nas horas vagas entre o seu trabalho de jornalista, escrevia alguns rascunhos que mais tarde se tornariam uma das trilogias mais elogiadas da história. Infelizmente, Larsson não pôde ver seu sucesso, pois faleceu em 2004, vítima de infarto. Ativista político muito respeitado na Suécia, usou de seus interesses para escrever a série Millenium e não tinha intensões de publicá-la. Ele apenas escrevia pela satisfação pessoal e talvez esse tenha sido o segredo de tanto sucesso. Ou os assuntos tão atuais e polêmicos. Ou a maestria com que a obra é narrada. Ou o destino, porque o livro não foi apenas uma febre na Suécia (onde a cada 4 pessoas, 1 já havia lido pelo menos 1 livro da série) mas também no mundo inteiro. Traduzido para várias línguas, e posteriormente adaptado para o cinema, cativou as pessoas de todas as idades. Jovens, velhos, todos queriam saber o fim da trajetória rodeada de suspense.
Um best-seller que encanta público e crítica. A estória guiada por assuntos originais e a narrativa perfeitamente escrita, fazem o primeiro livro da série ser apaixonante. Larsson era simplesmente um gênio!
Confesso que o começo é um pouco entediante. Os dois personagens principais demoram a se encontrar e você se questiona se todos os elogios são verdades. Entretanto quando o livro engata é impossível deixá-lo de lado. Muito difícil de prever o rumo que o livro toma, se torna irresistível querer saber o fim. E assim, 500 páginas nem parecem tantas.
Segue-se uma investigação intrigante para descobrir o desaparecimento de uma jovem há mais de 40 anos, e os investigadores não poderiam ser melhores. Somos apresentados a dois personagens peculiares mas perfeitamente construídos. Lisbeth, uma hacker, magérrima, cheia de tatuagens e piercings, rebelde e extremamente incrível! É estranho como uma figura tão repugnante pode ser apaixonante. E também temos Mikael, um jornalista quarentão condenado por difamação. Mulherengo e simpático, é outro personagem amado. Totalmente apostos mas que fazem uma dupla mais que perfeita. Quase como um Sherlock Holmes dos dias atuais. Com uma fascinante parceira.
Um tema forte, porém verdadeiro que nos abre os olhos para os horríveis acontecimentos que estamos cercados. Existem quantos homens que não amam as mulheres soltos por aí? Afinal todos tem segredos, cabe a nós descobrirmos quais são. Como o livro mesmo diz.  

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A faca sutil - Philip Pullman

Postado por Camilla às 19:27 0 comentários

Autor: Philip Pullman
Editora: Objetiva
Classificação: 4/5

Will Parry é um garoto de doze anos comum que vive com sua mãe (que sofre de problemas mentais) em Winchester. Quando (acidentalmente) mata um homem, ele decide fugir para Oxford e procurar o paradeiro do pai.
Desolado e sem ter para onde ir, ele segue os passos de uma gata e acaba encontrando uma "janela" no ar que dá para outro mundo. Lá ele conhece Lyra, e logo eles descobrem haver uma estranha ligação entre si, de modo que Will só poderá encontrar seu pai com a ajuda de Lyra.
De modo que eles se juntam e começam a procurar por pistas do paradeiro do pai de Will, enquanto resolvem, ao mesmo tempo, a incógnita deixada pelo primeiro livro: O que é o Pó?


Que história! Que narrativa! Que enredo! A faca sutil simplesmente me surpreendeu. Depois de ler o primeiro livro da série Frontreiras do Universo confesso que fiquei sem vontade de ler a continuação. Mas, como consegui o livro de graça, decidi tentar ler e quase desisti. O começo é cansativo, já que o autor quer descrever até o aspecto da poeira do ar. Porém ao continuar lendo percebi o quanto estava atenta e presa ao livro, não queria parar de ler antes de terminar! 
Nesse segundo livro, Lyra já não está mais sozinha. Um novo amigo, Will, cruza com seu caminho aparentemente ao acaso, mas ao desenrolar da trajetória vemos que tudo fora obra do destino e a missão de cada um é muito maior do que sequer podemos imaginar. Will é um personagem marcante, mesmo com 12 anos já entende a perplexidade da vida e é tão corajoso quanto Lyra. Eu diria que até mais esperto e maduro. Cenas de batalha de tirar o fôlego deixam o livro mais rico e as mortes que acontecem pesam, deixando o clima tenso. Não que seja uma coisa ruim, pelo contrário, nos mostra o amadurecimento dos personagens que parecem muito mais do que apenas crianças.
Muitas questões deixadas pelo primeiro livro são respondidas mas a estória toma um novo rumo, e acontecem coisas que você nem poderia imaginar que se encaixam de uma forma tão perfeita... Philip Pullman se revela um autor muito melhor nesse livro, com uma criatividade e perfeição na escrita sem limites. Mesmo tendo o gosto pela descrição exata da paisagem (rs) consegue nos prender a atenção e isso é o principal em um livro. 
Ainda teve uma coisa que me deixou intrigada. O tema que envolve o livro é muito polêmico, e Philip chega a ser ousado com o que escreve. Deus, anjos, Igreja e tudo o mais devem ser escritos com um certo cuidado. Fico pensando se os leitores entenderam muitas das partes que fazem críticas à Deus e a Igreja... 
Um livro que emociona, envolve e conquista e que tem um enredo sensacional. Ricamente trabalhada nos detalhes, essa trilogia tem tudo para fazer das suas tardes entediantes uma viagem fantástica. 

"Encontrei loucura em toda parte, mas havia grãos de sabedoria em todos os casos de loucura. Sem dúvida havia muito mais sabedoria do que eu consegui reconhecer." 

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Retrospectiva 2012

Postado por Camilla às 16:40 0 comentários
2012 foi um ano marcante em vários aspectos. Aprendi que existem pessoas que podem ter tudo, e ao mesmo tempo não ter nada. Aprendi que as vezes é necessário deixar algumas coisas irem para voltarem no momento certo. Aprendi que colegas existem em todos os lugares mas amigos de verdade são difíceis de encontrar. Que de vez em quando precisamos de tristezas para dar valor às alegrias. Que a realidade só existe se sonhos forem sonhados. E que sonhos, estão mais perto do que imaginamos. Aprendi que vitórias são resultados de esforço, e não de sorte. Que nada é fixo, tudo pode ser perdido. E conquistado novamente. Aprendi que não podemos levar tudo conosco, mas podemos deixar um pedacinho de nós por onde passamos. Aprendi que a essência da vida se faz nas experiências e não nas propriedades. E que 2012  foi apenas um ano maravilhoso no meio de muitos outros.

Agora vamos para a retrospectiva do blog (:

Livro do ano:



Foi muito complicado eleger o livro do ano. Por mais que não tenha postado tantas resenhas quanto esperava, li vários livros muito bons e não sabia qual deveria escolher. Mas A menina que roubava livros acabou ganhando com seu enredo original e um jeito totalmente surpreendente de contar a estória. Quer relembrar a resenha? Clique aqui!

Série do ano:




Essa escolha vai dar o que falar! Mas para os muitos que não gostam de Gossip Girl, tentem entender. 2012 foi o ano final da série e a despedida não poderia ter sido melhor, com uma 6ª temporada muito boa e recheada de acontecimentos inesperados. Portanto, pra mim GG foi o seriado do ano.

Filme do ano:



Por mais que esse filme não seja de 2012, foi de longe o melhor filme que eu já assisti esse ano. Mistério, suspense e um final surpreendente foram as palavras chaves desse enredo maravilhoso com uma atuação incrível do gatíssimo Leonardo DiCaprio. Vale muito a pena assistir!

Rede social do ano:



Sem sombra de dúvidas, o Instagram conquistou todos com seus efeitos vintages e o sentimento hipster que o envolve. Quanta beleza nas fotos de docinhos perfeitos, roupas estilosas e meninos gringos lindos...

Trilogia do ano:



Jogos Vorazes vence em disparada, mesmo tendo me conquistado já em 2011, foi em 2012 que me apaixonei completamente por essa história fantástica. E vale comentar também que foi em 2012 que o tão esperado primeiro filme estreiou, fazendo jus a esses livros.

Decepção do ano:



Andei lendo em outros blogs e parece que a decepção é só comigo mesmo. Mas simplesmente não consigo gostar desse livro! Não sei se era porque minha expectativa estava muito alta ou sei lá, mas achei muito chato de ler e sem estória nenhuma.

Surpresa do ano:



Diferente de tudo o que eu já li, Laranja Mecânica foi o livro que mais me surpreendeu. Mesmo com suas descrições de atos horríveis e um palavreado muito difícil de entender, eu gostei muito. Com certeza uma surpresa.

Autor do ano:



 Scott Westerfeld me cativou bastante. Com sua criatividade além do limite, a série Feios, me fez refletir sobre questões que nunca havia pensado antes de um jeio totalmente novo. Pra mim, Scott Westerfeld foi o autor do ano.

Bom gente, essa foi a retrospectiva do ano. Confesso que não me dediquei tanto ao blog quanto eu esperava mas 2013 está ai pra ser cada dia melhor. Esperem muitas novidades porque O cupcake queimou vem com tudo!

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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Laranja Mecância - Anthony Burgess

Postado por Camilla às 16:02 0 comentários


Autor: Anthony Burgess
Editora: Aleph
Classificação: 4/5

"Narrada pelo protagonista, o adolescente Alex, esta brilhante e perturbadora história cria uma sociedade futurista em que a violência atinge proporções gigantescas e provoca uma reposta igualmente agressiva de um governo totalitário. A estranha linguagem utilizada por Alex - soberbamente engendrada pelo autor - empresta uma dimensão quase lírica ao texto. Ao lado de "1984", de George Orwell, e "Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley, "Laranja Mecânica" é um dos ícones literários da alienação pós-industrial que caracterizou o século XX. Adaptado com maestria para o cinema em 1972 por Stanley Kubrick, é uma obra marcante: depois da sua leitura, você jamais será o mesmo.Agora em nova tradução brasileira."

Devo confessar que é meio amedrontador fazer resenhas de livro como Laranja Mecânica. Não só o tema, mas a narrativa detalhada e confusa de um jeito extremamente encantador, nos faz entrar tanto na realidade do livro que tenho medo de dizer alguma coisa contraditória demais. Mas, pensando bem, essa é exatamente a essência de uma estória como essa.
Durante toda a trajetória de Alex, o vilão-mocinho , mudamos de opinião e de sentimentos em relação a ele. No começo, sentimos muita raiva misturada com medo devido a tanta violência que o menino de apenas 14 anos comete. Com uma peculiar frieza e agressividade extrema, Alex é totalmente violento e tem prazer no sofrimento dos outros. Estupros, roubos, espancamentos, entres outros são alguns dos "passatempos" desse garoto. Achei que o livro inteiro seria apenas relatos das atitudes que Alex e sua gangue de adolescente malignos e pervertidos tinham, mas devo dizer que tive uma agradável surpresa. Mesmo com as brutalidades que Alex comete, nos vemos com pena desse rapaz quando o Governo se mostra muito mais desumano. E é exatamente aí que as coisas mudam e o livro toma um outro rumo. Alex é submetido a uma nova técnica para "curar" jovens delinquentes como ele, porém de uma forma totalmente impiedosa que transforma um ser humano numa simples "coisa" sem capacidade de escolha. Durante essa transição de opinião, entre sentir raiva ou compaixão pelo personagem, várias questões são levantadas. Será que o jeito certo de acabar com a violência, é realmente mais violência? E implantar compulsoriamente o bem em alguém, é uma atitude realmente do bem?
Acrescentando obscuridade ao livro, o autor usa uma linguagem própria para representar o modo de falar de adolescentes. Chamada de nadsat, são gírias usadas pelo protagonista que são de difícil entendimento. Por mais que essa fosse exatamente a intenção de Anthony Burgess ("a intenção original de Burgess era provocar uma forte sensação de estranhamento no leitor, talvez como se ele fosse um velho jogado subitamente em um mundo mais jovem, mais violento e absolutamente incompreensível") foi complicado no começo, já que toda hora precisei recorrer ao glossário no final do livro. Mas, curiosamente, fui entendendo as palavras e quase que adivinhando as falas de Alex. Ou seja, o autor realmente me fez entrar nesse mundo.
Por mais maluco e violento que seja, Laranja Mecânica é um livro de tirar o fôlego e que mexe com a mente de um jeito muito interessante e que merece ser lido por qualquer um. A sociedade, o sujeito na sociedade, o quanto representamos para o nosso mundo, tudo isso será questionado de forma involuntária. Impressionante e enigmático, é um livro longe de clichês e que com certeza você iria amar. Ou odiar. Meio termo passa longe dessa história.

PS: Laraja Mecânica ficou muito conhecido pelo filme. Pretendo assistir e vir aqui comentar para vocês ok?

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Perfeitos - Scott Westerfeld

Postado por Camilla às 17:17 0 comentários


Autor: Scott Westerfeld
Editora: Record
Classificação: 4/5

"Tally Youngblood agora é perfeita. A cirurgia foi um sucesso, morar em Nova Perfeição é ótimo e ela reencontrou seu amigo Peris. Além disso, a vida de feia rebelde a tornou uma verdadeira celebridade e agora a parte mais difícil de seu dia é escolher a roupa para ir às festas de seu novo lar. Entretanto, justamente quando estava se divertindo, ela recebe uma carta que desperta lembranças perturbadoras. De repente, Tally se vê forçada a escolher entre viver uma ilusão de felicidade ou enfrentar a difícil realidade e juntar-se à Fumaça mais uma vez."

Como eu queria que essa série virasse filme... Seria maravilhoso ver em cores o que eu imagino ser a vida de Tally Youngblood. Em mais um livro perfeitamente elaborado, vemos a imaginação de Scott Westerfeld crescer diante de cada página. Com um começo, meio e fim totalmente imprevisível, o autor nos deixa maravilhados com sensações nunca sentidas antes. O que é ser borbulhante? Nessa continuação da trajetória da nossa mocinha encrenqueira, você com certeza irá descobrir depois de se sentir na pele dela. Perfeitos nos mostra novas ideias e a solidificação de um mundo totalmente novo. Não me deixou dúvida que o tema da série é inovador e cativante e de um modo muito bom, pegajoso. É difícil tirar da mente enquanto não souber o final.
Com um novo amor e mais complicações para a vida de Tally, a estória se volta agora para uma nova realidade, na Nova Perfeição. Tomando rumos inimagináveis, nos vemos torcendo apreensivos durante todas as confusões do livro e temos a certeza que daqui pra frente tudo será mais difícil na vida dos nossos queridos personagens. Triangulo amoroso, amizade abalada e mente alterada são os pontos centrais da trajetória que conta mais um pouco sobre como essa sociedade funciona de verdade. Revelações chocantes não faltam e mistérios estão sempre rodeando o livro. E depois de ler tenho certeza que não irá querer mais abandonar essa série diferente de tudo o que você já leu.
 

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